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Com Meia Noite em Paris, Woody Allen retoma à sua tradição de fazer grandes filmes, tais como Match Point, de 2005. Neste novo trabalho, Allen demonstra toda sua criatividade, como, aliás, já havia feito em A Rosa Púrpura do Cairo, ainda que alguns possam encontrar alguma semelhança com De Volta para o Futuro, num estilo “art déco”.
Purismos à parte, trata-se de um filme fascinante, com diálogos deliciosos, uma divertida crítica ao estilo americano mais frívolo, consumista e desprovido de qualquer verniz de cultura e, especialmente, uma declaração de amor que o Alter ego do diretor, o deslumbrado Gil Pender, faz à Paris dos anos 20 do século passado, para onde todos acorriam e aonde tudo acontecia.
A grande mensagem do filme, na minha opinião, está em mostrar a inutilidade e inconseqüência de se buscar preenchimento, satisfação e a própria felicidade, fora do tempo presente. O presente é o único lugar onde podemos estar e encontrarmos a nós mesmo e podemos fazer isto sem negar ou esquecer o passado. Woody Allen mostra isto com muita sensibilidade e beleza. Imperdível!