Meia Noite em Paris – de Woody Allen

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Com Meia Noite em Paris, Woody Allen retoma à sua tradição de fazer grandes filmes, tais como    Match  Point, de 2005. Neste novo trabalho, Allen demonstra toda sua criatividade, como, aliás, já  havia feito  em  A Rosa Púrpura do Cairo, ainda que  alguns possam encontrar alguma semelhança  com De Volta para  o Futuro,  num estilo “art déco”.

Purismos à parte, trata-se de um filme fascinante, com diálogos deliciosos, uma divertida crítica  ao  estilo  americano mais frívolo, consumista e desprovido de qualquer verniz de cultura e,  especialmente,  uma  declaração de amor que o Alter ego do diretor, o deslumbrado Gil Pender, faz  à Paris dos anos 20  do  século passado, para onde todos acorriam e aonde tudo acontecia.

A grande mensagem do filme, na minha opinião, está em mostrar a inutilidade e inconseqüência de  se  buscar preenchimento, satisfação e a própria felicidade, fora do tempo presente. O presente é o  único    lugar onde podemos estar e encontrarmos a nós mesmo e podemos fazer isto sem negar ou  esquecer o  passado. Woody Allen mostra isto com muita sensibilidade e beleza. Imperdível!

 

Dica: Além da Vida

O último filme de Clint Eastwood é um dos mais belos filmes que me recordo de ter assistido em muito tempo. Clint superou, em sensibilidade, seus filmes anteriores: “Menina de Ouro e Gran Torino”. Tenho a sensação de que ele está procurando, aos 80 anos, se reconciliar com a sua própria história. O roteiro de “Além da Vida” permite algumas reflexões: atenho-me, especialmente, à bonita abordagem que o filme faz do tema de que somos todos UM e que, portanto, estamos interligados e influenciamos uns aos outros, não importa a distancia, idade, gênero e cultural. A outra questão está relacionada ao nosso  Propósito de Vida, esta força interior, que quando se manifesta nos encaminha para a direção mais improvável mas que ao final demonstrar-se a melhor para nós.

 

A Rede Social

Nada mais atual do que este filme que conta a origem do Facebook, à partir da trajetória do  seu criador Mark Zuckerberg. Num ritmo adequadamente acelerado, o filme não só nos mostra os bastidores do Facebook, mas também nos leva a especular se seu criador é um nerd, um jerk, um mau caráter, um gênio, um amante frustrado, ou o que é mais provável: um pouco disto tudo. De quebra ainda tem a participação do seu sócio brasileiro na história. Brasileiro? Bem deve ter apenas nascido aqui, mas o ufanismo tupiniquim garante que é corintiano desde criançinha…

 

 

 

A Suprema Felicidade – Direção: Arnaldo Jabor

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A Suprema Felicidade

É um filme lindo que retrata, como uma crônica de costumes, a vida no Rio de Janeiro entre meados dos anos 40 e início dos anos 50, visto sob a ótica de um adolescente (Jabor?) com seus dramas familiares, sonhos e fantasias.  Um Rio de Janeiro que, infelizmente, já não existe mais, mas que com seus tipos característicos à época – o pipoqueiro e o comprador de jornais velhos – ajudaram a formar o “espírito” carioca. Tem ainda o Marco Nanini numa interpretação inspirada como o avô e a Tammy Di Calafiori, esta absolutamente deslumbrante…

 

 

 

A Corporação – Direção: Mark Achbar e Jennifer Abbott

A.Corporação

A partir do estudo de crimes cometidos por multinacionais, os autores fazem uma radiografia das corporações e seus executivos.

Sinopse

Considerando que, desde o século 18, as leis norte-americanas permitem que corporações podem ser regidas somente por uma pessoa, este documentário investiga seu comportamento, examinando esse modelo de organização em vários casos.