Todos nós temos um Propósito Pessoal que é a razão pela qual nascemos e vivemos. Conhecer nosso Propósito e coloca-lo em prática na vida cotidiana é nossa tarefa mais importante e uma vez concretizada, representará um marco significativo em nossa jornada.
Nós todos temos uma origem divina. Trazemos dentro de nós a Centelha Divina, nossa Partícula de Deus, ou se preferirem, o Espírito, o Eu Superior, o Eu Real. A semântica não é o mais importante aqui. O essencial é aceitar o fato de que nos tornarmos este Eu Real é, em última análise, a razão de vivermos, é o nosso Propósito Pessoal.
Mas o que é tornar-se este Eu Real? Significa, simplesmente, viver segundo valores éticos e morais elevados, tais como honestidade, bondade, solidariedade, compaixão, amizade, coragem, gratidão, generosidade, altruísmo, verdade, sinceridade, comprometimento, responsabilidade, dedicação, justiça, sabedoria, paciência, aceitação das diferenças, tolerância, lealdade, etc. Todos nós conhecemos bem quais são estas qualidades e as praticamos em maior ou menor escala e frequência.
Podemos dizer, também, que tornar se o Eu Real significa Ser Consciente, ou seja: permitir, defender e honrar toda e qualquer manifestação de Vida e respeitar a expressão de sua singularidade e particularidades. Bem sinteticamente Ser Consciente é amar sem condições…
Ser consciente, honrar toda expressão de vida, amar sem condições, manifestar em nosso dia a dia as qualidades do Eu real, são apenas formas diferentes de falar a mesma coisa: Propósito Pessoal.
Para chegarmos a este ponto, a este estágio do nosso desenvolvimento existencial, temos que percorrer um árduo e longo processo que implica em transformar todos os aspectos de nossa consciência que ainda não estão “alinhados” com nosso Eu real. Isto significa um trabalho de autoconhecimento que levará ao reconhecimento e transformação dos aspectos que nos limitam, ou seja, nossas concepções errôneas, nossas crenças, nossas defesas, nossas necessidades falsas de aprovação, reconhecimento, aceitação, nossa máscara social, a auto imagem idealizada, as próprias negatividades e compulsões e tudo o mais que a psicologia moderna trabalha.
Cada um de nós traz, ao nascer, seu Propósito Pessoal específico que pode ser transformar um aspecto negativo como, por exemplo: depender da aceitação do mundo exterior, ter um comportamento voltado apenas para valores materiais, superar uma compulsão, uma mania; eliminar aspectos destrutivos, egoísmo, traição, inveja, usura, medo compulsivo, enfim, há uma enormidade de situações e/ou possibilidades. Mas, pode ser também, aperfeiçoar qualidades já desenvolvidas como, gratidão, altruísmo, coragem, experimentos inovadores, ou colocar a serviço nossos dons e talentos já desenvolvidos (Dharma). Claro que cada caso é um caso e não podemos e nem devemos tentar generalizar.
Outro aspecto importante a ser considerado é que tudo aquilo que fazemos em nosso próprio benefício pessoal, e que representa um aumento de consciência é, imediatamente, incorporado ao Grande Reservatório Universal da Consciência. A “luzinha” que acendemos para nós passa a iluminar o caminho de todos os demais seres viventes.
A Missão, a nossa Missão, tem total correlação com o Propósito Pessoal. Na verdade poderíamos até considerar um e outro como partes do mesmo todo. Mais ou menos como o símbolo do Ying/Yang, partes indivisíveis do Todo.
Como mencionado, o Propósito Pessoal é um processo que vai sendo percebido, entendido, alterado, praticado e aperfeiçoado continuamente. À medida que avançamos neste processo, aprendemos mais sobre nós mesmos, nos qualificamos, nos tornamos mais e mais conscientes e, finalmente, nos habilitamos a oferecer nossas conquistas pessoais para a humanidade. Não é por outra razão que todos nós ansiamos deixar nossa marca no mundo, deixar para a posteridade, nossos filhos e descendentes, algo que descobrimos, valorizamos e que temos certeza deixará o mundo melhor de alguma forma, e não apenas para nosso benefício ou para o nosso engrandecimento. Esta é a essência da Missão. É o Propósito Pessoal sendo expresso na concretude da vida! O Propósito Pessoal dá a certeza, e a Missão é seu aspecto prático, objetivo, material!
Todos nós temos plena certeza da nossa Missão, pois a conhecemos primeiro através do nosso Propósito Pessoal, nós já a experimentamos, testamos e praticamos e, por esta razão, agora podemos oferecê-la na forma de serviço, um trabalho, uma contribuição, um ensinamento, um conhecimento e até, como uma presença, pura e simplesmente.
O Guia do Pathwork© (www.pathworksp.com.br), em diversas palestras, aborda o tema do Propósito ou a necessidade de transformarmos nossas negatividades de forma a expressar nosso Eu real. A seguir vão alguns trechos de palestras que tratam deste assunto:
“Quanto mais vocês trabalham neste caminho e compreendem a natureza dele, mais passam a entender a meta que é encontrar o seu eu real, o seu verdadeiro ser, as camadas por baixo de camadas do eu que, à primeira vista, parecem ser a sua personalidade”.
“Quando pensamos no eu real, sabemos que ele representa a centelha divina. Inconscientemente, o conceito que vocês têm disso é que o eu real é tão elevado e santo que é totalmente alheio ao eu que vocês conhecem. Isso não apenas assusta um pouco, mas também desanima vocês. Esse é um dos maiores obstáculos no caminho para o eu real. O eu real, de fato, está muito mais perto de vocês do que imaginam. Na verdade, existem áreas na sua vida em que vocês agem a partir do eu real, mas não sabem disso porque é um processo muito natural. Por enquanto, vocês não conseguem distinguir esse tipo de ação e a ação que vem das camadas superficiais.”
“Agora, por difícil que seja traduzir isso em palavras, vamos tentar determinar a diferença entre o eu autêntico, verdadeiro, e o eu superficial. Sempre que vocês agem a partir do eu real, estão totalmente unidos interiormente. Não existe dúvida, nem confusão, nem ansiedade, nem tensão. Vocês não estão preocupados com a aparência do ato aos olhos dos outros. Tampouco estão preocupados com o princípio ou regra. Mas estão preocupados com o efeito do seu ato sobre os outros e sobre si mesmos, sobre as consequências”.[1]
[1] PGP 94 – O Eu Verdadeiro versus os Níveis Superficiais da Personalidade