Meia Noite em Paris – de Woody Allen

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Com Meia Noite em Paris, Woody Allen retoma à sua tradição de fazer grandes filmes, tais como    Match  Point, de 2005. Neste novo trabalho, Allen demonstra toda sua criatividade, como, aliás, já  havia feito  em  A Rosa Púrpura do Cairo, ainda que  alguns possam encontrar alguma semelhança  com De Volta para  o Futuro,  num estilo “art déco”.

Purismos à parte, trata-se de um filme fascinante, com diálogos deliciosos, uma divertida crítica  ao  estilo  americano mais frívolo, consumista e desprovido de qualquer verniz de cultura e,  especialmente,  uma  declaração de amor que o Alter ego do diretor, o deslumbrado Gil Pender, faz  à Paris dos anos 20  do  século passado, para onde todos acorriam e aonde tudo acontecia.

A grande mensagem do filme, na minha opinião, está em mostrar a inutilidade e inconseqüência de  se  buscar preenchimento, satisfação e a própria felicidade, fora do tempo presente. O presente é o  único    lugar onde podemos estar e encontrarmos a nós mesmo e podemos fazer isto sem negar ou  esquecer o  passado. Woody Allen mostra isto com muita sensibilidade e beleza. Imperdível!

 

Você sabe o que é o trabalho de coaching e headhunting?

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Na entrevista que concedi ao programa Fala Sério da ALLTV, conto sobre minhas experiências como Executive Coach e explico como essa atividade pode beneficiar o ambienteorganizacional. Saiba o que as empresas procuram nos profissionais e também sobre a gestão de carreira e negócios. A entrevista está dividida em 4 partes e para assisti-la na íntegra basta clicar nos links abaixo:

Entrevista concedida por Ricardo Porto à ALLTV – Parte1

Entrevista concedida por Ricardo Porto à ALLTV – Parte 2

Entrevista concedida por Ricardo Porto à ALLTV – Parte 3

Entrevista concedida por Ricardo Porto à ALLTV – Parte4

 

Renascimento

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Ainda, recentemente, fiz uma viagem ao interior da Irlanda e  Inglaterra, aonde tive a oportunidade de visitar antigos locais da cultura Celta e até mesmo, assentamentos de povos do período Neolítico, ou seja, datados entre 3000 a 3500 AC

Cidades como Silbury, Avebury e Glastonbury aonde,  supostamente, teria existido a mítica ilha de Avalon, além  toda região de Cornwall (Cornuália), têm ainda, fortes  vestígios da passagem do povo Celta e, conseqüentemente, de  toda a tradição ligada ao culto da Deusa, aos ritos druídicos  dedicados aos elementos da natureza e também, às lendas  relacionadas ao Ciclo Arthuriano, com todo seu simbologismo  mágico, como é encontrado nos relatos sobre o Santo Graal e  da espada Excalibur; Merlin e Morgana; Lancelot e Mordred,  e, naturalmente, sobre o próprio rei Arthur e sua rainha  Guinevere.

Os próprios ingleses, à despeito do seu apregoado ceticismo, consideram estes lugares como sendo os mais sagrados da Inglaterra, locais aonde as dimensões se tocam e os portais se abrem para que possamos fazer nossas conexões…

Lenda, fantasia, sonho, realidade quem pode garantir? Eu, da minha parte, acredito apenas no que vivo e experimento e que, de alguma forma, é comprovado pelos meus sentimentos. Quando esta combinação ocorre, tenho a experiência do insight, e sei que o que percebo é verdade e, portanto, posso sustentar minha opinião com confiança.

ricardo na pedra=)Pois bem, num destes dias, de olhos fechados, sentado e encostado numa pedra que com outras 18, forma um círculo perfeito ( Tregeseal Stone Circle) e que estão assim dispostas desde tempos imemoriais, escuto com clareza na minha mente: “Renascer é assumir uma nova perspectiva para a vida. É questionar o passado, as formas antigas de pensar, de sentir, de falar, atuar e reagir. É se perguntar: como posso ser diferente aqui? Como posso testar uma forma nova fazer? Há uma perspectiva diferente para entender esta situação? Este relacionamento terá uma chance, se rever minhas crenças, certezas e “verdades”? Como posso reagir de forma a criar união, entendimento e cooperação? Como posso ser mais flexível e fluir com a vida de uma forma mais leve e gentil sem que isto signifique me tornar indiferente, indolente e também sem alterar meus valores essenciais? Como posso permanecer aferrado aos modelos antigos se tudo muda, se modifica e se transforma, permanentemente? Não estou, de fato, defasado e desatualizado?”

Tive uma Mestra que afirmava que “O novo é o novo, e não guarda qualquer relação com o velho!” Após a minha experiência em Tregeseal, sinto que a frase da minha Mestra tem um novo e mais profundo significado para mim.

Renascer é dar uma chance para este Novo, e eu posso fazer isto a cada manhã, a cada dia, a cada momento. Basta permanecer alerta e atento, e antes de reagir automaticamente, dar uma pausa, respirar e fazer uma escolha diferente, nova. O processo é por Tentativa e Erro, até que se torne natural. É assim que me renovo, transformo, renasço e afasto a morte para longe de mim…

Profissão e propósito pessoal

Matéria_Ricardo Porto_O Estado de São Paulo

Artigo publicado no O Estado de São Paulo de 24 de Abril, 2011, no Caderno de Empregos. Confira o artigo na íntegra abaixo:

 

O PROPÓSITO PESSOAL

 

A Escolha Profissional e o Propósito Pessoal

De uns tempos para cá, o tema Propósito Pessoal vem sendo cada vez mais discutido e estudado. Em conseqüência, aumentou também a discussão a respeito das Empresas com Propósito, prova disto é a freqüência com que este tema vem sendo tratado nas escolas de administração e pelas publicações especializadas, notadamente, no exterior.

Acredito que para se falar de Empresa com Propósito é preciso, primeiro, esclarecer a questão do Propósito Pessoal, por uma razão muito simples: as empresas, quase sempre, refletem a forma de pensar, agir e sentir das pessoas com mais poder de influir no seu rumo, nomeadamente, os acionistas, o conselho de administração, a diretoria executiva e os funcionários. Claro, que há outros agentes externos com poder de influir nos negócios, mas não necessariamente no Propósito.

Posto isto, vou conceituar Propósito Pessoal, e para facilitar, começo com o quê Propósito não é. Não é Objetivo ou Meta, pois estes são quantificáveis e tem um prazo de validade. Não é também a Visão nem a Missão, pois a primeira refere-se a uma aspiração a ser realizada no futuro, e a Missão, ao contrário da Visão, é concreta e indica uma forma de atuar. O Propósito não significa os Valores, embora todo Propósito tenha, intrinsecamente, o seu Valor, que é sempre ético e preservador da vida. E por fim, o Propósito não é a Intenção, que é a qualidade ou a “energia” que colocamos nas ações e atitudes e que levarão ou não, à realização do Propósito Pessoal.

Bem, agora, muitos devem estar se perguntando: afinal, o que é o Propósito Pessoal?

O Propósito Pessoal é um desígnio, um plano, um mapa único e exclusivo que só à pessoa pertence e diz respeito. É a certeza que dá direção, que fortalece a vontade, que motiva e compromete a ação. É uma verdade emocional que não nasce da mente, mas que sabemos está de acordo com nossas qualidades, competências, potencial e, portanto, faz todo sentido. Ser fiel ao Propósito Pessoal é a única forma de viver uma vida com significado e compensadora. Por exemplo: decidir por determinada ação, por confiar nos benefícios e melhorias que trará para a coletividade, ainda que os resultados ou o reconhecimento pessoal sejam incertos, é decidir com Propósito.

Descobrir nosso Propósito Pessoal pode não ser uma tarefa das mais fáceis, mas, certamente, é possível. Para esclarecer, é bom que se diga que o reconhecimento do Propósito não se dá com  um estalo ou um “insight”, mas através de um permanente processo de aprendizado e auto-conhecimento à partir das nossas experiências de vida, que contêm os desafios superados e os fracassos, alegrias e tristezas, acertos e erros. Se nos mantivermos atentos e alertas descobrimos e refinamos nosso Propósito no dia a dia.

Muitas vezes parece que estamos muito distantes do nosso Propósito Pessoal, enquanto pagamos contas, trabalhamos em algo que não nos motiva, temos relacionamentos superficiais, vivemos situações conflituosas e sentimentos de não preenchimento, vazio e frustração. Mas ainda que seja assim é preciso aceitar o fato de que estas situações podem ser oportunidades de aprendermos mais sobre nós mesmos, pois são parte do processo e, conseqüentemente, têm relação com nosso Propósito Pessoal.

Empresas com Propósito sabem que o lucro é importante e indispensável à sua continuidade, mas não o perseguem a qualquer custo. Levam em consideração, ao decidir, os interesses das partes envolvidas – acionistas, funcionários, clientes, fornecedores, financiadores, governo, comunidade e o meio ambiente. São éticas, seguem seus valores e pensam de forma sistêmica, conscientes das implicações e extensão que suas decisões podem ter.

Escolher trabalhar numa empresa cujo Propósito se harmoniza com o nosso próprio Propósito Pessoal, significa optar por ter uma atividade menos estressante, desgastante, e mais motivadora, recompensadora e com muito mais significado. Por isso é tão importante conhecer mais sobre a empresa, seus valores e cultura, antes de aceitar uma proposta, aparentemente, irrecusável.

(1) Comentário

SOBRE CULPA E RESPONSABILIDADE

SOBRE CULPA E RESPONSABILIDADE

A culpa é conseqüência da nossa inconsciência. Que inconsciência?

A de não assumirmos a responsabilidade por nossos sentimentos, emoções, palavras, atitudes e até mesmo, pelos nossos pensamentos. Ao não nos responsabilizarmos, nos colocamos no papel da vítima indefesa, imatura e inconseqüente. Nestas ocasiões nos sentimos profundamente injustiçados e, passo seguinte, tratamos de encontrar um culpado pelos nossos infortúnios, frustrações e dor. Os culpados são os de sempre, claro: pais, filhos, cônjuge, irmãos, cunhados, chefes, colegas, amigos, vizinhos, políticos, Governo e, esgotadas as alternativas mais óbvias, o destino, o azar, o acaso e, última instância, DEUS!

Estar no papel da vítima significa que alguém assumiu a posição de algoz, carrasco, agressor, inimigo, etc. Bem, todos concordam que é humano sentir raiva, rancor, ódio mortal e nutrir desejos de vingança e revanche por quem nos tratou de forma tão cruel, traiçoeira, pérfida, injusta e imerecida. Acontece que nestas situações ninguém quer mostrar, abertamente, que tem tais sentimentos e que, portanto, acabam sendo  acobertados, camuflados, dissimulados ou totalmente reprimidos.

Temos uma tendência natural de buscar a harmonia, a integração, a união com outras pessoas, com a natureza, com o Tudo que há. É um anseio intenso que nasce do recôndito mais profundo do nosso Ser. É por esta razão que toda vez que nos desentendemos com alguém, vivemos um conflito, uma disputa, que nos leva a ter emoções negativas por esse alguém, acabamos por nos sentir vazios, oprimidos, com o “coração apertado”, e acreditamos que, de alguma forma, somos culpados.

Relacionamentos baseados na culpa, ou que embutem o sentimento do ter que  “pagar a dívida”, acabam por gerar, na parte que se sente devedora ou culpada, uma vaga necessidade de compensar a outra pessoa por algo que, definitivamente, não se tem consciência. As atitudes são forçadas, falsas, não têm flexibilidade, leveza, tornam-se uma obrigação, há o desejo de poupar a outra parte, agradá-la, retribuir, satisfazê-la por algo que não recebeu, mas que deveria ter recebido. Em contrapartida e curiosamente, quem recebe tanta “atenção” passa a se acreditar, de fato, devedora e merecedora de alguma coisa e se torna exigente, demandadora, e “escraviza” o outro, que aceita a situação como devida e “justa”. Em resumo: um relacionamento com pouca ou nenhuma chance de dar certo.

Os relacionamentos podem ser preservados, mantidos, resgatados, sempre que assumimos a nossa cota de responsabilidade pelo que causou o conflito ou o desentendimento, seja isto o descumprimento de uma obrigação, uma atitude equivocada ou a recusa de um sentimento. Claro que há sempre razões de ambas as partes e muitas vezes, a reclamação é exagerada e até mesmo injusta. Mas isto deve ser explicitado, conversado, esclarecido.

Aceitar e reconhecer que não poderíamos ter feito diferente por falta de conhecimento, por incapacidade física, ou até mesmo porque não percebemos corretamente o que acontecia, não aumenta a culpa, ao contrário, a diminui pela simples e boa razão de assumirmos, com honestidade e responsabilidade, algo no qual falhamos. É esta honestidade que abre as portas para o entendimento, que pode até demorar, mas que em dado momento ocorrerá.

Não somos perfeitos, mas devemos buscar a perfeição. Nosso propósito de vida é ampliar nossa consciência, e isto só pode acontecer na medida em que assumimos a responsabilidade por nossa vida. Quando admitimos honesta e corajosamente, nossa imperfeição, nossas falhas, nossos sentimentos negativos e destrutivos, criamos a possibilidade de transformar tudo que deve ser transformado.

A auto-responsabilidade, ao contrário da culpa, nos liberta do papel da vítima e do algoz, eleva a auto-estima, mas não nos desobriga do dever de melhorar!.